Pesquisadores do corpo que influenciaram a dança no século XX

Três pesquisadores da arte do corpo elaboraram teorias que deram base à dança moderna.
Essas teorias não constituem, propriamente, a forma coreográfica, mas um trabalho de corpo e um estudo do movimento humano.
François Delsarte (1811-1871), cantor francês, abandonou sua profissão quando sua voz começou a falhar.
Seu interesse se voltou para os estudos da relação entre o gesto e a voz.
A partir da observação das pessoas nas ruas, nos parques, nos hospitais, construiu uma teoria codificada das relações entre o gesto e a emoção.
Para ele, as emoções são transmitidas principalmente pelo tronco, uma das características da dança moderna, diferente da dança clássica, onde o rosto e as mãos são utilizados para exprimir sentimentos.
As pesquisas de Delsarte influenciaram diretamente os trabalhos dos dançarinos modernos, como Isadora Duncan, Ruth St. Denis e Ted Shawn.

Émile Jaques-Dalcroze (1865-1950), músico suíço cuja pesquisa parte de uma reflexão sobre o ensino da música.
Como músico, ele constatou que, para se aprender música, ficaria mais fácil se o corpo se integrasse aos movimentos rítmicos.
Desenvolveu um método pedagógico que consiste em decompor o ritmo e dar uma interpretação ao movimento, instaurando uma relação estreita de dependência entre o movimento e a música.
Seu trabalho também contribuiu principalmente para o estabelecimento das fundações da dança moderna alemã.
Rudolf Laban (1879-1958), nascido na Bratislava, no então império austro-húngaro, viveu na França, Suíça e Alemanha e emigrou para a Inglaterra.
Ocupou um lugar fundador na história da dança moderna e sua influência é mais direta e imediata do que a de Delsarte ou de Dalcroze.
Sua proposta é baseada em princípios básicos da linguagem corporal. Movimentos considerados simples em nosso cotidiano, que na maioria das vezes executamos automaticamente, são transportados para a dança moderna de um modo mais estudado e pensado para que o corpo se movimente de maneira artística.